7.1.14

caixa.

Ela foi colocada em uma caixinha.

Era uma caixinha preta, e até confortável. Tinha furos, por onde se passavam os dedos das pessoas de fora. Tinha amigos de unhas muito bonitas, limpas e bem cortadas.

O mundo dela era esse, escuridão com oito fachos de luz, que vinham dos furos do cubo que vivia.

Imaginava como seria um aperto de mão. Ousava, pensando em como seria um abraço. Mas estava trancada em sua caixa, sozinha.

Os de fora nunca imaginariam que ela queria viver na luz. A caixa era estática, sem movimentos de luta para sair. Não se interessavam em tentar tirar a tampa pesada que a trancafiava. Ela sentia que fazia por merecer, a culpa era dela, de fingir ser a garota da caixa, conformada com menos que uma mão.

Eles não viam os arranhões dentro da caixa.

Eles não viam as unhas dela, todas quebradas.

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ando meio monotemática por aqui. peço desculpas.