13.5.09

chá.

A chama saiu então da boca do fogão, aquecendo a água que estava em uma panela.


A noite encontrava-se fresca e agradável, pingos de chuva batiam suavemente contra o vidro da janela. Com exceção da cozinha, onde eu me localizava, a residência estava silenciosa, de forma pacífica.


Ponho a xícara sobre a mesa. Onde está o açucareiro? Não está no lugar usual.


Andando pelos ladrinhos da cozinha, sentindo o frio acolhedor do piso nos meus pés descalços. Uma brisa atravessa o cômodo, e noto o quão feliz estou. Por que estou feliz? Não sei. Para que quero saber por que estou feliz? Não sei. Estar feliz sem motivo é considerado algo bom, na maioria dos casos.


Aqui está o açucareiro! Estranhamente, dentro da geladeira. Não penso sobre isso, somente coloco duas colheres de açúcar dentro da xícara vazia.


Percebo que estou cantarolando uma canção qualquer. Sorrio com a ideia de que estou com um bom humor. Nada de extraordinário aconteceu, e, mesmo assim, a leveza de meu espírito impressiona.


Droga, não tem nenhum saquinho de chá. Vou usar canela em pó, então.


Pergunto a mim mesma se não estou feliz por ter terminado de ver um filme em que todos terminam bem ao fim. Era um filme bem banal, verdade. Não, não foi por causa do filme. Eu já estava alegre antes de vê-lo.


As bolhas que se desprendiam do fundo da panela até a superfície denunciavam que a água já se encontrava devidamente fervida. Apago o fogo da boca do fogão.


Talvez seja o clima que me deixa assim, pensei. Não senti calor nenhuma vez durante todo o dia. O céu estava nublado, o cheiro do ar emprestava algo campestre para plena Fortaleza. É, talvez seja o clima.


Despejando a água quente na xícara, admirando a fumaça que saia dela. A quantidade exata de canela em pó foi posta na água. A colher faz um som ao misturar o conteúdo da xícara.


Sorrio diante da xícara de chá. Está uma delícia.

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